13/07/11

Influências da lua nos "moods" lusitanos

Anda tudo com o grelo aos saltos por causa da Moody's. Deve ser da Lua cheia.

Uns atiram tomates ao site desse horrível papão chamado Moody's, que nos papa as papas na cabeça há meses. Outros alertam megafonicamente que tudo não passa de um derivativo fogo de artifício para distrair a populaça. E até os há que gritam contra os patrióticos gritos anti-Moody's, detectando nacionalismos bacocos.

De modo que no meio de todo este berreiro até parece que estamos num filme neo-realista.

Aos tomates ainda acho piada – arrancaram-me um sorriso e fizeram-me desopilar. Quanto aos bramidos de alerta contra nacionalismos bacocos, por muito correctos que sejam, nem me dou ao trabalho de lê-los. Já me basta a sisudez das reuniões de trabalho, nestas movimentadas andanças sociais e de rua em que ando metido há meses. Parece-me extraordinário que, em tantos meses, em tantas reuniões de todos os géneros e feitios, nem uma só vez tenha acontecido acabarmos todos a rebolar de riso debaixo da mesa.

Se calhar, algures, no meio da escuridão quadricenal de um fascismo difícil de erradicar do fundo dos nossos cérebros, espécie de pelagra hereditariamente transmitida por mutação genética, descaminhámos e trasladámo-nos todos para latitudes mais gélidas.

Ainda assim, em benefício dos mais inocentes, e porque nenhum dos argumentos aduzidos até agora acerca da Moody's logrou acertar no ponto, esclareço o seguinte: consultem as notícias na Voz do Dono e verifiquem se por acaso o toque de alarme da Moody's, rebaixando tudo em Portugal ao nível do lixo não reciclável, não foi exactamente a sineta que deu início ao processo de licitação e privatização ao desbarato das empresas constantes da lista da Troika.

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