21/05/13

Eufemismos: o tempo e o colaborador


De longe e sem concorrente à altura, a mentalidade liberal é a campeã do eufemismo. Ao longo de mais de dois séculos conseguiu eufemizar tudo o que havia de eufemizável.

Desgraçadamente, a eufemização sistemática, enquanto arma política, contém em si mesma um princípio diabólico: provoca a destruição de todo o pensamento estruturado e portanto de tudo o que de bom a civilização ocidental conseguiu criar.

14/05/13

O marketing político (2)

No artigo «O marketing político e a candura pública» postulei uma lei:
«Sempre que um político ou um partido, a propósito de coisa nenhuma, insiste em dizer que não fará uma coisa, isso significa precisamente que está a preparar o terreno para a fazer.»
Por conseguinte façam o favor de registar a seguinte declaração do ministro das Finanças, Vítor Gaspar:
«Depósitos abaixo de 100 mil euros são sagrados»
A interpretação desta manobra deve ter em conta o seguinte, que de alguma forma contraria a lei postulada: as campanhas de marketing muitas vezes dizem coisas horríveis apenas com o intuito de desviar a atenção e os ânimos de algo verdadeiro e tenebroso que se está a passar ao lado (veja-se o caso da TSU mencionado no artigo anterior).

13/05/13

O marketing político e a candura pública


[rectificado em 13/05/2013]
O marketing político e estratégico está razoavelmente documentado na Internet. Para a comunicação social portuguesa ele é um tabu, ou pelo menos uma realidade que deve ser silenciada, mas ainda assim pode ser consultado e investigado por quem tenha umas horas vagas (desempregados, por exemplo) e acesso à Internet. Um dos casos documentados é o da empresa de marketing político que recusou trabalhar na campanha do PS para o parlamento europeu, apesar de o PS ser seu cliente habitual. Em entrevista discretamente publicada, o director da firma justificou a recusa com um conflito ético de interesses: o prof. Vital Moreira (então candidato do PS) faz parte do lobby mundial das indústrias farmacêuticas; ora a empresa de marketing em questão tinha nesse momento como cliente a associação nacional de farmácias, que estava em guerra aberta com a indústria farmacêutica.