28/10/11

O falso perdão da Grécia

A Voz do Dono (também chamada comunicação social pelos mais distraídos) tem anunciado em grandes parangonas o perdão de 50% da dívida grega. É treta, como de costume.

Eu não vejo perdão nenhum. Vocês vêem?
Perdão seria criar imediatamente um mecanismo eficaz que permitisse passar rapidamente de 36% de desemprego para pleno emprego.
Perdão seria reabrir os hospitais e serviços de saúde.
Perdão seria devolver ao povo grego as ilhas, praias e monumentos vendidos ao desbarato, e acrescentar uma indemnização pelos danos causados.
Perdão seria repor sob controle do Estado e das populações os serviços essenciais (transportes, água, saneamento, gás, electricidade, petroquímica, comunicações, etc.).
Perdão seria reabrir os lares de terceira idade e os infantários.
Perdão seria repor os salários nos níveis anteriores.
...

Eu não vejo onde está o perdão, e desconfio que não é por ser cegueta - pois se as instituições financeiras e os bancos também não vêem perdão nenhum!
A prova está em que, no dia a seguir ao anúncio oficial dos mecanismos de «perdão», a banca e a bolsa reabriram alegres e felizes, em alta!, como se tivessem aspirado logo ao pequeno-almoço 5 linhas de coca!
Seria de esperar que um perdão de 50% pusesse os banqueiros aos berros em todos os telejornais e mesas redondas, 24 horas por dia, a carpirem o dinheirinho perdido. Pois não, senhor, acordaram em alta.
Hmmmmmm...

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