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(extraído de História e Geografia de Portugal C) |
São numerosos os prenúncios de regime ditatorial. Ainda que eu não
seja capaz de vislumbrar os contornos institucionais que esse regime
possa vir a tomar, ou o tempo necessário à sua consolidação, nem
por isso os considero menos claros.
Há cerca de 20 anos, apesar de já então ser
inequívoca a vitória generalizada das políticas neoliberais, não
era tão clara a tentação bonapartista, embora ambas caminhem de
mão dada. Daí para cá, as coisas evoluíram. Não é
por acaso que, ao longo desse período, a União Europeia se tornou
uma fonte de ditames totalmente à margem de qualquer esquema
democrático. Não é por acaso que não se via na Europa tanto arame
farpado e campos de concentração desde a I Guerra Mundial.
Mas é do caso português que quero agora falar, a
propósito de dois acontecimentos paradigmáticos: a tentativa de
suspensão, por acto administrativo, do sindicato dos motoristas de
matérias perigosas; e os apelos do presidente da República para que
os partidos não gastem dinheiro na campanha eleitoral em curso.