13/11/25

Quem paga a guerra?

 


O debate entre os defensores da paz e os promotores da guerra não tem produzido o efeito pretendido. Pelo contrário, tendeu a estigmatizar, difamar e isolar os defensores da paz. No que diz respeito à falta de resultados práticos, a prova dos nove é fácil de tirar: o debate não gerou transformações sociais, não mobilizou as populações e não deu origem a novas formas organizativas dos explorados e oprimidos.

Talvez a primeira razão deste fracasso resida no facto de os argumentos pró e contra a guerra terem por regra um carácter marcadamente abstracto. Trata-se de uma discussão que se arrasta há séculos, sempre no domínio da filosofia e da moral.

Em contraponto, proponho aqui uma abordagem marcadamente material que pode ser resumida na pergunta «quem paga a guerra?» e que visa não só despertar as consciências, mas também incentivar a auto-organização cívica.

5000 anos de História ensinam-nos que a guerra tem leis às quais não podemos fugir. As sociedades podem ter sofrido transformações radicais, a «arte» da guerra pode ter mudado muitíssimo, mas a sua natureza, as suas consequências materiais e as suas leis permanecem exactamente as mesmas. Recordar os aspectos materiais da questão equivale a recordar que são «os de baixo» (os 99 %, como sói dizer-se) que

  • pagam a guerra com sangue, com epidemias, com a vida;

  • pagam o aumento dos produtos energéticos causados pela guerra e consequente inflação generalizada;

  • pagam com a destruição das suas casas, dos seus bens, dos seus sonhos e projectos de vida;

  • pagam com fome, com senhas de racionamento, com carestias de vários tipos – o cerco e a dizimação pela fome e pela sede não são coisas do passado medieval, continuam a ser um dos principais instrumentos bélicos;

  • sofrem as pilhagens, violações e outras barbaridades habituais em todos os cenários de guerra;

  • pagam com a perda de direitos e garantias; por definição, o «estado de guerra» ou o «estado de excepção» significam a suspensão de direitos e garantias fundamentais;

  • pagam com a perda de serviços essenciais (saúde, educação, solidariedade e apoio sociais, etc.) à reprodução social;

  • pagam com a destruição da capacidade produtiva; isto significa a perda da capacidade de produzir bens essenciais, de exportar bens que alimentavam o rendimento nacional, etc.;

  • mesmo que consigam sobreviver ao morticínio, pagam em muitos casos com traumas psicológicos graves para o resto da vida.

Alguns dos argumentos aqui apresentados podem à primeira vista parecer metafóricos, mas de facto são materiais, directos, com efeitos concretos. Veja-se, por exemplo, o caso do Orçamento de Estado português para 2025: as verbas para aquisição de recursos nos serviços de saúde pública sofreram um corte (a que o Governo chama abelharuco-de-bigode mas que é de facto um corte de cerca de 800 milhões de euros); por coincidência (?) o orçamento para a aquisição de recursos no sector estatal da defesa recebeu um aumento de 800 milhões de euros … O envolvimento no esforço de guerra europeu implica um acréscimo de sofrimentos para a população, antes mesmo de ser disparado um único tiro. Esses sofrimentos têm uma expressão material que não pode ser objecto de argumentação moral ou filosófica.

Os meios financeiros para pagar o esforço de guerra não caem do céu nem crescem nas árvores – são pagos do bolso de quem trabalha (isto é, de quem cria valor), podendo ser cobrados directa ou indirectamente: através da colecta fiscal corrente ou, quando provêm de empréstimos financeiros, às gerações futuras. Ora a Comissão Europeia, a sra. Ursula von der Leyen, António Costa, Kallas e grande parte dos políticos europeus defendem um plano de rearmamento da Europa na ordem dos 800 mil milhões de euros até 2030 e um empréstimo imediato de 140 mil milhões.

Entretanto, os poderosos lucram em proporção inversamente igual ao prejuízo da população, com a agravante de os fabricantes de armamento, os fornecedores logísticos, os fabricantes de peças mecânicas ou informáticas, etc., poderem vender os seus produtos aos dois lados do conflito, lucrando duplamente.

Qualquer guerra no século XXI tende a ser global – não é nada provável que um país faça parte do sistema global e ao mesmo tempo permaneça isolacionista em relação a determinados aspectos, nomeadamente na guerra.

Por outro lado, a guerra contemporânea assume formas alargadas, ditas de «guerra híbrida», que vão muito além do confronto bélico armado. Qualquer aparelho que preveja actualizações periódicas de software – aviões militares, blindados de última geração, sistemas de mísseis, sistemas informáticos do aparelho de Estado (pelo menos no caso português), já para não falar de bens de consumo corrente como os computadores pessoais, os smartphones, as smart-TV e muitos outros – está permanentemente ligado à casa-mãe, que pode desligá-lo a todo o instante, paralisando o país sem necessidade de disparar uma única bala. Esta situação, que se traduz numa perda absoluta de soberania, é também ela paga pela população mais humilde, aquela que nunca beneficia de borlas fiscais.

Quem lucra com a guerra

Enquanto a maioria esmagadora da população ou perde a vida ou vê-se sujeita a uma lista infindável de sofrimentos, uma minoria ínfima tira proveito da guerra, olhando para ela de muito longe e de charuto na mão. A indústria bélica, que hoje em dia não se restringe ao armamento clássico, é a beneficiária mais óbvia. Mas além dela, todo o sector da finança lucra em proporção directa aos prejuízos sofridos pela maioria da população. No caso do plano de rearmamento europeu, a proposta de empréstimos defendida pela Comissão Europeia, por Von der Leyen, Costa e Kallas representa uma fonte imensa de lucros financeiros.

A enormidade do fosso entre prejuízos para a maioria e lucros para a minoria justifica que se estudem propostas para reequilibrar esta disparidade – por exemplo, a cobrança de taxas fiscais ou aduaneiras equivalentes a 99 % dos lucros dos fabricantes de armas (e seus acessórios) e dos lucros financeiros em tempo de guerra.

Apêlo à organização de uma campanha internacional coordenada sobre «quem paga a guerra»

Apelo às organizações cívicas/ONG e aos partidos que defendem os interesses dos trabalhadores para que promovam uma campanha exaustiva, internacionalmente coordenada, de informação e formação sobre quem paga o esforço de guerra.

Antes de essa campanha atingir maturidade, eficácia e coordenação, é escusado tentar avançar para acções de agitação e mobilização. Não tenhamos ilusões sobre a dificuldade desta tarefa – como sempre, os beneficiários da guerra já há muito se adiantaram, fazendo campanhas de marketing massivas para convencer a população de que não existe alternativa ao rearmamento europeu e que devem ser as populações a pagar o esforço de guerra. Resta-nos, com grande atraso, «correr atrás do prejuízo».

                                                                                                                                                               

Anexo 1

Uma estatística sangrenta

Número de mortos e desaparecidos durante as guerras, desde a Antiguidade Clássica até à actualidade

Os números que apresento neste anexo são um mero indicador, uma estimativa modesta do morticínio provocado pela guerra ao longo da História da Humanidade. Nem sequer abarcam a totalidade dos conflitos bélicos ocorridos durante o período examinado – nota-se, por exemplo a falta de dados sobre as Américas e África no período pré-colonial.

Na Idade Contemporânea os números relativos às baixas militares são bastante fiáveis na maioria dos casos, visto que o exército moderno mantém uma contabilidade muito bem organizada dos seus recursos e perdas. Mas as baixas civis são muitas vezes impossíveis de estimar, até porque os efeitos da guerra se estendem muito para além do seu desfecho, perdurando na vida das vítimas e até das gerações seguintes (veja-se o caso de Hiroxima e Nagasaki). Se fosse possível contabilizar todos os tipos de vítimas directas e indirectas, os totais aqui apresentados seriam acrescidos de milhares de milhões de pessoas.

Muitas vezes, quando as autoridades querem executar limpezas étnicas sem por elas serem responsabilizadas, recorrem a grupos mercenários. Nestes casos é impossível saber o que sucedeu de facto às populações visadas (sendo esse precisamente o objectivo de quem contrata mercenários). Este cenário é corrente na guerra contemporânea. Mas antes da Idade Contemporânea, que introduziu os exércitos do povo (a «carne para canhão» napoleónica), essa era uma situação normal, sucedendo até que os mercenários mudassem de campo três ou quatro vezes num só dia, consoante o lado do conflito disposto a pagar mais. O resultado dessa forma medieval e moderna de fazer a guerra é índizível e incontável, mas sabemos, por exemplo, que várias regiões da actual Alemanha foram totalmente arrasadas em tempos pré-contemporâneos, não ficando pedra sobre pedra; a dizimação dos civis foi, nalgumas zonas, total; os horrores praticados foram de tal modo indescritíveis, que provocaram um trauma, uma perda de memória colectiva – subsistem metaforicamente em contos e lendas aparentemente não relacionados com a guerra, como é o caso do Flautista de Hamelin; nesta lenda encantada, a única coisa que remete vagamente para a realidade material são os ratos – que (na realidade, não na lenda) se alimentavam nas pilhas imensas de cadáveres e transmitiam epidemias que viriam a dizimar os poucos sobreviventes – e as crianças, que na realidade foram dizimadas, para que não restasse descendência capaz de resistir a futuros ataques (como sucedeu também nas invasões mongóis). Com tais horrores inenarráveis, como a Guerra dos 30 Anos, não admira que o povo alemão tenha alimentado um trauma colectivo que sobreviveu em busca de vingança até ao século XX.

As 20 guerras mais sangrentas da história da humanidade


Nome

estimativa menor

estimativa maior

1

Segunda Guerra Mundial (1939–1945)

70 000 000

85 000 000

2

Rebelião Taiping (1850–1864)

20 000 000

70 000 000

3

Guerra dos Três Reinos (220–280)

36 000 000

40 000 000

4

Total das Invasões Mongóis

30 000 000

40 000 000

5

Primeira Guerra Mundial (1914–1918)

16 000 000

40 000 000

6

Rebelião de An Lushuan (755–763)

13 000 000

36 000 000

7

Conquista Qing da dinastia Ming (1618–1683)

25 000 000

25 000 001

8

Segunda Guerra Sino-Japonesa (1937–1945)

20 000 000

25 000 000

9

Conquistas de Tamerlão (1380–1402)

8 000 000

20 000 000

10

Guerra dos Trinta Anos (1618–1648)

3 000 000

11 500 000

11

Guerra Civil Russa (1917–1923)

5 000 000

9 000 000

12

Guerra Civil Chinesa (1927–1949)

8 000 000

8 000 001

13

Guerras Napoleónicas (1803–1815)

3 500 000

6 000 000

14

Segunda Guerra do Congo (1998–2003)

2 500 000

5 400 000

15

Guerras Religiosas na França (1562–1598)

2 000 000

4 000 000

16

Guerra do Vietname (1955–1975)

1 326 494

3 447 494

17

Guerras Gálicas (58 − 51 a. C.)

1 030 000

3 030 000

18

Guerra Goguryeo-Sui (598–614)

2 000 000

2 000 001

19

Conquistas de Shaka Zulu (1816–1828)

2 000 000

2 000 001

20

Revolução Mexicana (1910–1920)

1 000 000

2 000 000

Total de mortos e desaparecidos (militares e civis)

269 356 494

437 377 498

Os números aqui apresentados são absolutos. Em termos relativos, na maioria dos casos as baixas não excedem 1 a 2 % da população mundial à época. No entanto, a Guerra dos Três Reinos (na China), cujo número absoluto de baixas ronda os 40 milhões, vitimou cerca de 24 % da população mundial. Seguem-se a Rebelião de An Lushuan (12 % da população mundial), as Invasões Mongóis (10 % da população mundial), e assim por diante. Compare-se com a II Guerra Mundial, que em termos absolutos provocou 80 milhões de vítimas, o que é verdadeiramente assustador, mas representa «apenas» cerca de 1,37 % da população mundial.

Nota: Incluímos nesta lista guerras civis, rebeliões e outros conflitos armados internos. Admitimos que este critério possa ser problemático, mas ainda assim, entre prós e contras, decidimos incluí-los. O leitor poderá facilmente identificá-los e pô-los de lado, se assim entender.

Lista de guerras e estimativa de vítimas mortais ou desaparecidas


Nome

estimativa menor

estimativa maior

1

Conquista da Suméria (século MMXX a. C.)



2

Guerra de Troia (algures entre 1300−1200 a. C.)



3

Guerras Médicas (499−449 a. C.) [1]

300 000

300 001

4

Primeira Guerra Latina (498−493 a. C.)



5

Guerra do Peloponeso (431−404 a. C.)



6

Guerra de Corinto (395−387 a. C.)



7

Guerras Samnitas (343−290 a. C.)



8

Segunda Guerra Latina (340−338 a. C.)



9

Campanhas de Alexandre, o Grande (334−323 a. C.)



10

Guerras pírricas (280−275 a. C.)

42 000

42 000

11

Primeira Guerra Púnica (264−241 a. C.)



12

Guerra de Kalinga (262−261 a. C.)

10 000

10 001

13

Primeira Guerra Ilírica (229−228 a. C.)



14

Segunda Guerra Ilírica (220−219 a. C.)



15

Segunda Guerra Púnica (218−202 a. C.)



16

Primeira Guerra Macedônica (214−205 a. C.)



17

Segunda Guerra Macedônica (192−188 a. C.)



18

Guerra Romano-Síria (200 − 197 a. C.)



19

Terceira Guerra Macedônica (171−168 a. C.)



20

Guerra lusitana (171−168 a. C.)



21

Terceira Guerra Púnica (149−146 a. C.)

750 000

750 001

22

Primeira Guerra Servil (135−132 a. C.)



23

Guerra de Jugurta (112−106 a. C.)



24

Segunda Guerra Servil (104−103 a. C.)

100 000

100 001

25

Guerra Social (91−88 a. C.)



26

Primeira Guerra Mitridática (89−85 a. C.)



27

Segunda Guerra Mitridática (83−81 a. C.)



28

Guerra Sertoriana (80−72 a. C.)

36 000

36 001

29

Terceira Guerra Mitridática (75−65 a. C.)



30

Terceira Guerra Servil (73−71 a. C.)

61 000

61 000

31

Guerras Gálicas (58−51 a. C.)

1 030 000

3 030 000

32

Invasões da Britânia por Júlio César (55−54 a. C.)



33

Guerra Civil Cesariana (49−45 a. C.)



34

Guerra Civil dos Liberatores (49−45 a. C.)



35

Revolta siciliana (44−36 a. C.)



36

Guerra de Perúsia (44−36 a. C.)



37

Guerra parta de Antônio (40−33 a. C.)

20 000

30 000

38

Guerra Civil de Antônio (32−30 a. C.)



39

Guerras Cantábricas (29−19 a. C.)



40

Cerco de Jerusalém (73)

1 100 000

1 100 001

41

Guerra dos Três Reinos (220–280)

36 000 000

40 000 000

42

Guerra Goguryeo-Sui (598–614)

2 000 000

2 000 001

43

Invasão muçulmana da península Ibérica (711–718)



44

Reconquista (718–1492)



45

Rebelião de An Lushuan (755–763)

13 000 000

36 000 000

46

Conquista normanda (1066)



47

Primeira Cruzada (1096–1099)



48

Segunda Cruzada (1147–1149)



49

Terceira Cruzada (1187–1191)



50

Quarta Cruzada (1202–1204)



51

Quinta Cruzada (1217–1221)



52

Sexta Cruzada (1228)



53

Sétima Cruzada (1248–1254)



54

Oitava Cruzada (1270)



55

Nona cruzada (1271–1291)



56

Invasão Mongol da Bulgária do Volga (1236–1236)



57

Invasão Mongol da Rússia (1223–1240)



58

Invasão mongol da Europa (1241)




(total das Invasões Mongóis)

30 000 000

40 000 000

59

A Anarquia (guerra civil inglesa) (1139–1153)



60

Guerra da Barba (1152–1153)



61

Guerra da Independência Escocesa (1296–1328) (1332–1333)



62

Guerra dos Cem Anos (1337–1453)



63

Conquistas de Tamerlão (1380–1402)

8 000 000

20 000 000

64

Guerra entre Toquetamis e Tamerlão (1385–1399)



65

Guerras Hussitas (1420–1436)



66

Guerra dos Treze Anos (1454–1466)



67

Guerra das Rosas (1455–1485)

105 000

105 001

68

Guerras Religiosas na França (1562–1598)

2 000 000

4 000 000

69

Guerra dos Oitenta Anos (independência da Holanda) (1568–1648)

100 000

100 001

70

Guerra Luso-Neerlandesa (1595–1663)

6 500

6 501

71

Guerra Imjin (1592–1598)

1 000 000

1 000 001

72

Guerra dos Trinta Anos (1618–1648)

3 000 000

11 500 000

73

Conquista Qing da dinastia Ming (1618–1683)

25 000 000

25 000 001

74

Guerra Civil Inglesa (Oliver Cromwell) (1639–1652)

584 830

584 830

75

Fronda em França (1648–1653)



76

Revolta de Chmielnicki (1648–1654)



77

Guerra Russo-Polaca (1654–1656)



78

Guerra Sueco-Brandenburg (1655–1656)



79

Guerra Sueco-Polaca (1655–1660)



80

Guerra Russo-Sueca (1656–1658)



81

Guerra Sueco-Dinamarquesa (1656–1660)



82

Guerra Sueco-Holandesa (1657–1660)



83

Guerra Russo-Polaca (1658–1667)



84

Guerras Mogol-Marata (1680–1707)



85

Guerra da Sucessão Espanhola (1701–1714)

1 100 000

1 100 000

86

Guerra de Sucessão da Polônia (1733–1738)



87

Guerra Luso-Espanhola (1735–1737)



88

Guerra de Sucessão Austríaca (1740–1748)

40 000

40 001

89

Guerras Guaraníticas (1754–1777)

1 515

1 516

90

Guerra dos Sete Anos (1756–1763)

868 000

1 400 000

91

Guerra da Independência dos Estados Unidos (1775–1783)

67 098

112 098

92

Guerras Napoleónicas (1803–1815)

3 500 000

6 000 000

93

Guerra Peninsular (1807–1814)

1 000 000

1 000 001

94

Invasão da Guiana Francesa (1809)



95

Guerra da Independência da Bolívia (1809–1825)



96

Guerra da Independência da Argentina (1810–1816)



97

Guerra da Independência do México (1810–1821)

250 000

500 000

98

Primeira campanha cisplatina (1811–1812)



99

Guerra contra Artigas (1816–1820)



100

Conquistas de Shaka Zulu (1816–1828)

2 000 000

2 000 001

101

Guerra da Independência do Chile (1817–1818)



102

Guerra da Independência do Brasil (1822–1823)



103

Guerra da Cisplatina (1825–1828)



104

Guerras Liberais de Portugal (1828–1834)



105

Guerra dos Farrapos (1835–1845)

3 000

3 001

106

Primeira Guerra do Ópio (1839–1842)

18 069

20 069

107

Primeira Guerra de Independência Italiana (1848–1849)

32 980

32 980

108

Rebelião Taiping (1850–1864)

20 000 000

70 000 000

109

Segunda Guerra do Ópio (1856–1860)



110

Segunda Guerra de Independência Italiana (1859)

19 599

19 599

111

Terceira Guerra de Independência Italiana (1866)

172 404

172 404

112

Guerra contra Oribe e Rosas (1851–1852)

1 800

1 800

113

Guerra da Crimeia (1853–1856)

1 407 880

1 407 880

114

Guerra Civil Americana ou Guerra de Secessão (1861–1865)

616 222

1 000 000

115

Guerra contra Aguirre (1864)



116

Guerra do Paraguai ou Guerra da Tríplice Aliança (1864–1870)

440 000

440 001

117

Guerra Boshin (1868–1869)

3 500

8 200

118

Guerra franco-prussiana (1870–1871)

210 094

210 094

119

Guerra Anglo-Zulu (1879)

12 402

12 402

120

Guerra do Pacífico (1879–1881)

30 000

30 001

121

Primeira Guerra dos Bôeres (1880–1881)

449

450

122

Revolta da Armada (1893–1894)



123

Guerra de Canudos (1893–1897)

25 000

25 001

124

Primeira Guerra Sino-Japonesa (1894–1895)

48 311

48 311

125

Guerra Hispano-Americana (1898)

18 146

18 246

126

Segunda Guerra dos Bôeres (1899–1902)

75 585

75 585

127

Guerra dos Boxers (1900–1901)



128

Guerra do Acre (1902–1903)



129

Guerra Russo-Japonesa (1904–1905)

123 678

170 473

130

Revolução Mexicana (1910–1920)

1 000 000

2 000 000

131

Primeira Guerra dos Balcãs (1912–1913)

448 000

448 000

132

Guerra do Contestado (1912–1916)

5 800

9 000

133

Primeira Guerra Mundial (1914–1918)

16 000 000

40 000 000

134

Guerra Civil Russa (1917–1923)

5 000 000

9 000 000

135

Tenentismo (1922–1927)



136

Guerra Civil Chinesa (1927–1949)

8 000 000

8 000 001

137

Revolução Constitucionalista (1932)



138

Guerra do Chaco (1932–1935)

90 000

90 001

139

Guerra Civil Espanhola (1936–1939)

435 000

2 000 000

140

Segunda Guerra Sino-Japonesa (1937–1945)

20 000 000

25 000 000

141

Segunda Guerra Mundial (1939–1945)

70 000 000

85 000 000

142

Guerra da Continuação (1941–1944)

336 400

391 400

143

Guerra da Lapônia (1944–1945)

2 036

2 036

144

Guerra de 41 (1941)



145

Primeira Guerra da Indochina (1946–1954)

309 458

434 458

146

Guerra Indo-Paquistanesa de 1947 (1947–1948)

5 921

5 921

147

Guerra da Coreia (1950–1953)

1 200 000

1 200 001

148

Guerra Civil do Laos (1953–1975)

18 000

18 001

149

Guerra da Argélia (1954–1962)

157 560

182 967

150

Guerra do Vietname (1955–1975)

1 326 494

3 447 494

151

Guerra do Suez (1956)

2 907

4 257

152

Invasão da Baía dos Porcos (1961–1961)

2 298

2 298

153

Guerra da Lagosta (1961–1963)

0

0

154

Guerra Colonial Portuguesa (1961–1975)(*)

68 830

68 830

155

Guerra de Independência da Eritreia (1961–1991)

730 001

730 001

156

Guerra de Independência da Guiné-Bissau (1963–1974)

11 482

11 482

157

Guerra da Independência de Moçambique (1964–1975)

63 500

63 500

158

Guerra Civil na Colômbia (1964–presente)

262 197

262 197

159

Guerra Indo-Paquistanesa de 1965 (1965)

6 800

6 800

160

Segunda Ocupação da República Dominicana (1965–1966)

2 033

2 033

161

Guerra da Independência da Namíbia (1966–1988)

15 851

15 851

162

Guerra Civil da Nigéria (1967–1970)

1 000 000

1 000 001

163

Guerra dos Seis Dias (1967)

5 359

5 566

164

Guerrilha do Araguaia (1967–1974)



165

Guerra Civil do Camboja (1967–1975)



166

Guerra do Futebol ou Guerra das 100 horas (1969)

2 100

2 100

167

Guerra Indo-Paquistanesa de 1971 (1971)

312 843

312 843

168

Guerra do Yom Kipur (1973)

11 184

17 656

169

Guerra Civil da Etiópia (197–1991)

400 000

1 579 000

170

Guerra Civil Angolana (1975–2002)



171

Conflito Hmong (1975–2007)



172

Conflito de Cabinda (1975–presente)



173

Guerra cambojana-vietnamita (1977–1991)

25 000

25 000

174

Guerra Sino-vietnamita (1979)



175

Guerra Afegã-Soviética (1979–1989)

957 865

957 866

176

Guerra Irão-Iraque (1980–1988)

1 000 000

1 000 001

177

Guerra das Malvinas (Falklands) (1982)

904

904

178

Primeira Guerra do Líbano (1982)

28 298

28 298

179

Guerra de Nagorno-Karabakh (1988–1994)

16 856

16 856

180

Guerra do Golfo (1990–1991)

30 031

55 031

181

Guerra da Bósnia (1992–1995)

100 000

200 000

182

Primeira Guerra da Chechênia (1994–1996)

39 547

91 515

183

Operação Traíra (1991)

17

18

184

Guerra de Cenepa (1995)



185

Primeira Guerra do Congo (1996–1997)

250 000

250 001

186

Guerra do Kosovo (1996–1999)

6 900

14 900

187

Guerra Civil na República do Congo (1997–1999)

10 000

10 001

188

Guerra Eritreia-Etiópia (1998–2000)

70 000

300 000

189

Segunda Guerra do Congo (1998–2003)

2 500 000

5 400 000

190

Guerra de Kargil (1999)

2 300

2 301

191

Guerra do Kosovo (1999)

6 900

14 900

192

Segunda Guerra da Chechênia (1999–2009)

45 548

45 548

193

Guerra do Afeganistão (2001–2021)

143 134

160 725

194

Guerra do Iraque (2003–2011)

58 193

61 393

195

Segunda Guerra Civil Iraquiana (2013–2017)

165 213

165 213

196

Segunda guerra do Líbano (2006)

2 087

2 087

197

Guerra Russo-Georgiana (2008)

784

1 123

198

Operação Chumbo Fundido (2008–2009)

1 413

1 413

199

Operação Odisseia ao Amanhecer (2011)

1 394

1 628

200

Guerra Civil Síria (2011–presente)

772 409

772 709

201

Guerra de Gaza (Operação Margem Protetora) (2014)

2 263

2 263

202

Guerra em Donbass (2014–2022)

15 021

15 121

203

Guerra Civil Iemenita (2014–presente)



204

Conflito no sul da Arábia Saudita (2015–presente)



205

Insurgência na Tunísia (2015–presente)

128

128

206

Rebelião curda na Turquia (1978–presente)

39 016

39 016

207

Confrontos de Nagorno Karabakh em 2016



208

Guerra contra o narcotráfico nas Filipinas

6 343

6 343

209

Confrontos de Kasese em 2016 (2016)

118

118

210

Confrontos de Kasaï-Central (2016–2019)



211

Crise separatista nos Camarões (2017–presente)



212

Guerra no Alto Carabaque (2020)

2 913

4 923

213

Guerra do Tigré (2020–2022)

300 000

500 000

214

Guerra da Rússia contra a Ucrânia (2022–presente)



215

Guerra Israel-Hamas (2023–presente)








Total de mortos e desaparecidos (militares e civis)

290 163 711

463 066 494





(*)

Baixas calculadas muito por baixo e sem contar com os massacres de civis

[1]

Mortes referentes apenas ao segundo período da guerra



Fontes: Wikipedia, aqui e aqui.



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