O debate entre os defensores da paz e os promotores da guerra não tem produzido o efeito pretendido. Pelo contrário, tendeu a estigmatizar, difamar e isolar os defensores da paz. No que diz respeito à falta de resultados práticos, a prova dos nove é fácil de tirar: o debate não gerou transformações sociais, não mobilizou as populações e não deu origem a novas formas organizativas dos explorados e oprimidos.
Talvez a primeira razão deste fracasso resida no facto de os argumentos pró e contra a guerra terem por regra um carácter marcadamente abstracto. Trata-se de uma discussão que se arrasta há séculos, sempre no domínio da filosofia e da moral.
Em contraponto, proponho aqui uma abordagem marcadamente material que pode ser resumida na pergunta «quem paga a guerra?» e que visa não só despertar as consciências, mas também incentivar a auto-organização cívica.
5000 anos de História ensinam-nos que a guerra tem leis às quais não podemos fugir. As sociedades podem ter sofrido transformações radicais, a «arte» da guerra pode ter mudado muitíssimo, mas a sua natureza, as suas consequências materiais e as suas leis permanecem exactamente as mesmas. Recordar os aspectos materiais da questão equivale a recordar que são «os de baixo» (os 99 %, como sói dizer-se) que
pagam a guerra com sangue, com epidemias, com a vida;
pagam o aumento dos produtos energéticos causados pela guerra e consequente inflação generalizada;
pagam com a destruição das suas casas, dos seus bens, dos seus sonhos e projectos de vida;
pagam com fome, com senhas de racionamento, com carestias de vários tipos – o cerco e a dizimação pela fome e pela sede não são coisas do passado medieval, continuam a ser um dos principais instrumentos bélicos;
sofrem as pilhagens, violações e outras barbaridades habituais em todos os cenários de guerra;
pagam com a perda de direitos e garantias; por definição, o «estado de guerra» ou o «estado de excepção» significam a suspensão de direitos e garantias fundamentais;
pagam com a perda de serviços essenciais (saúde, educação, solidariedade e apoio sociais, etc.) à reprodução social;
pagam com a destruição da capacidade produtiva; isto significa a perda da capacidade de produzir bens essenciais, de exportar bens que alimentavam o rendimento nacional, etc.;
mesmo que consigam sobreviver ao morticínio, pagam em muitos casos com traumas psicológicos graves para o resto da vida.
Alguns dos argumentos aqui apresentados podem à primeira vista parecer metafóricos, mas de facto são materiais, directos, com efeitos concretos. Veja-se, por exemplo, o caso do Orçamento de Estado português para 2025: as verbas para aquisição de recursos nos serviços de saúde pública sofreram um corte (a que o Governo chama abelharuco-de-bigode mas que é de facto um corte de cerca de 800 milhões de euros); por coincidência (?) o orçamento para a aquisição de recursos no sector estatal da defesa recebeu um aumento de 800 milhões de euros … O envolvimento no esforço de guerra europeu implica um acréscimo de sofrimentos para a população, antes mesmo de ser disparado um único tiro. Esses sofrimentos têm uma expressão material que não pode ser objecto de argumentação moral ou filosófica.
Os meios financeiros para pagar o esforço de guerra não caem do céu nem crescem nas árvores – são pagos do bolso de quem trabalha (isto é, de quem cria valor), podendo ser cobrados directa ou indirectamente: através da colecta fiscal corrente ou, quando provêm de empréstimos financeiros, às gerações futuras. Ora a Comissão Europeia, a sra. Ursula von der Leyen, António Costa, Kallas e grande parte dos políticos europeus defendem um plano de rearmamento da Europa na ordem dos 800 mil milhões de euros até 2030 e um empréstimo imediato de 140 mil milhões.
Entretanto, os poderosos lucram em proporção inversamente igual ao prejuízo da população, com a agravante de os fabricantes de armamento, os fornecedores logísticos, os fabricantes de peças mecânicas ou informáticas, etc., poderem vender os seus produtos aos dois lados do conflito, lucrando duplamente.
Qualquer guerra no século XXI tende a ser global – não é nada provável que um país faça parte do sistema global e ao mesmo tempo permaneça isolacionista em relação a determinados aspectos, nomeadamente na guerra.
Por outro lado, a guerra contemporânea assume formas alargadas, ditas de «guerra híbrida», que vão muito além do confronto bélico armado. Qualquer aparelho que preveja actualizações periódicas de software – aviões militares, blindados de última geração, sistemas de mísseis, sistemas informáticos do aparelho de Estado (pelo menos no caso português), já para não falar de bens de consumo corrente como os computadores pessoais, os smartphones, as smart-TV e muitos outros – está permanentemente ligado à casa-mãe, que pode desligá-lo a todo o instante, paralisando o país sem necessidade de disparar uma única bala. Esta situação, que se traduz numa perda absoluta de soberania, é também ela paga pela população mais humilde, aquela que nunca beneficia de borlas fiscais.
Quem lucra com a guerra
Enquanto a maioria esmagadora da população ou perde a vida ou vê-se sujeita a uma lista infindável de sofrimentos, uma minoria ínfima tira proveito da guerra, olhando para ela de muito longe e de charuto na mão. A indústria bélica, que hoje em dia não se restringe ao armamento clássico, é a beneficiária mais óbvia. Mas além dela, todo o sector da finança lucra em proporção directa aos prejuízos sofridos pela maioria da população. No caso do plano de rearmamento europeu, a proposta de empréstimos defendida pela Comissão Europeia, por Von der Leyen, Costa e Kallas representa uma fonte imensa de lucros financeiros.
A enormidade do fosso entre prejuízos para a maioria e lucros para a minoria justifica que se estudem propostas para reequilibrar esta disparidade – por exemplo, a cobrança de taxas fiscais ou aduaneiras equivalentes a 99 % dos lucros dos fabricantes de armas (e seus acessórios) e dos lucros financeiros em tempo de guerra.
Apêlo à organização de uma campanha internacional coordenada sobre «quem paga a guerra»
Apelo às organizações cívicas/ONG e aos partidos que defendem os interesses dos trabalhadores para que promovam uma campanha exaustiva, internacionalmente coordenada, de informação e formação sobre quem paga o esforço de guerra.
Antes de essa campanha atingir maturidade, eficácia e coordenação, é escusado tentar avançar para acções de agitação e mobilização. Não tenhamos ilusões sobre a dificuldade desta tarefa – como sempre, os beneficiários da guerra já há muito se adiantaram, fazendo campanhas de marketing massivas para convencer a população de que não existe alternativa ao rearmamento europeu e que devem ser as populações a pagar o esforço de guerra. Resta-nos, com grande atraso, «correr atrás do prejuízo».
Anexo
1
Uma estatística sangrenta
Número de mortos e desaparecidos durante as guerras, desde a Antiguidade Clássica até à actualidade
Os números que apresento neste anexo são um mero indicador, uma estimativa modesta do morticínio provocado pela guerra ao longo da História da Humanidade. Nem sequer abarcam a totalidade dos conflitos bélicos ocorridos durante o período examinado – nota-se, por exemplo a falta de dados sobre as Américas e África no período pré-colonial.
Na Idade Contemporânea os números relativos às baixas militares são bastante fiáveis na maioria dos casos, visto que o exército moderno mantém uma contabilidade muito bem organizada dos seus recursos e perdas. Mas as baixas civis são muitas vezes impossíveis de estimar, até porque os efeitos da guerra se estendem muito para além do seu desfecho, perdurando na vida das vítimas e até das gerações seguintes (veja-se o caso de Hiroxima e Nagasaki). Se fosse possível contabilizar todos os tipos de vítimas directas e indirectas, os totais aqui apresentados seriam acrescidos de milhares de milhões de pessoas.
Muitas vezes, quando as autoridades querem
executar limpezas étnicas sem por elas serem responsabilizadas,
recorrem a grupos mercenários. Nestes casos é impossível saber o
que sucedeu de facto às populações visadas (sendo esse
precisamente o objectivo de quem contrata mercenários). Este cenário
é corrente na guerra contemporânea. Mas antes da Idade
Contemporânea, que introduziu os exércitos do povo (a «carne para
canhão» napoleónica), essa era uma situação normal, sucedendo
até que os mercenários mudassem de campo três ou quatro vezes num
só dia, consoante o lado do conflito disposto a pagar mais. O
resultado dessa forma medieval e moderna de fazer a guerra é
índizível e incontável, mas sabemos, por exemplo, que várias
regiões da actual Alemanha foram totalmente arrasadas em tempos
pré-contemporâneos, não ficando pedra sobre pedra; a dizimação
dos civis foi, nalgumas zonas, total; os horrores praticados foram de
tal modo indescritíveis, que provocaram um trauma, uma perda de
memória colectiva – subsistem metaforicamente em contos e lendas
aparentemente não relacionados com a guerra, como é o caso do
Flautista de Hamelin; nesta lenda encantada, a única coisa que
remete vagamente para a realidade material são os ratos – que (na
realidade, não na lenda) se alimentavam nas pilhas imensas de
cadáveres e transmitiam epidemias que viriam a dizimar os poucos
sobreviventes – e as crianças, que na realidade foram dizimadas,
para que não restasse descendência capaz de resistir a futuros
ataques (como sucedeu também nas invasões mongóis). Com tais
horrores inenarráveis, como a Guerra dos 30 Anos, não admira que o
povo alemão tenha alimentado um trauma colectivo que sobreviveu em
busca de vingança até ao século XX.
As 20 guerras mais sangrentas da história da humanidade |
|||
|---|---|---|---|
|
Nome |
estimativa menor |
estimativa maior |
1 |
Segunda Guerra Mundial (1939–1945) |
70 000 000 |
85 000 000 |
2 |
Rebelião Taiping (1850–1864) |
20 000 000 |
70 000 000 |
3 |
Guerra dos Três Reinos (220–280) |
36 000 000 |
40 000 000 |
4 |
Total das Invasões Mongóis |
30 000 000 |
40 000 000 |
5 |
Primeira Guerra Mundial (1914–1918) |
16 000 000 |
40 000 000 |
6 |
Rebelião de An Lushuan (755–763) |
13 000 000 |
36 000 000 |
7 |
Conquista Qing da dinastia Ming (1618–1683) |
25 000 000 |
25 000 001 |
8 |
Segunda Guerra Sino-Japonesa (1937–1945) |
20 000 000 |
25 000 000 |
9 |
Conquistas de Tamerlão (1380–1402) |
8 000 000 |
20 000 000 |
10 |
Guerra dos Trinta Anos (1618–1648) |
3 000 000 |
11 500 000 |
11 |
Guerra Civil Russa (1917–1923) |
5 000 000 |
9 000 000 |
12 |
Guerra Civil Chinesa (1927–1949) |
8 000 000 |
8 000 001 |
13 |
Guerras Napoleónicas (1803–1815) |
3 500 000 |
6 000 000 |
14 |
Segunda Guerra do Congo (1998–2003) |
2 500 000 |
5 400 000 |
15 |
Guerras Religiosas na França (1562–1598) |
2 000 000 |
4 000 000 |
16 |
Guerra do Vietname (1955–1975) |
1 326 494 |
3 447 494 |
17 |
Guerras Gálicas (58 − 51 a. C.) |
1 030 000 |
3 030 000 |
18 |
Guerra Goguryeo-Sui (598–614) |
2 000 000 |
2 000 001 |
19 |
Conquistas de Shaka Zulu (1816–1828) |
2 000 000 |
2 000 001 |
20 |
Revolução Mexicana (1910–1920) |
1 000 000 |
2 000 000 |
Total de mortos e desaparecidos (militares e civis) |
269 356 494 |
437 377 498 |
|
Os números aqui apresentados são absolutos. Em termos relativos, na maioria dos casos as baixas não excedem 1 a 2 % da população mundial à época. No entanto, a Guerra dos Três Reinos (na China), cujo número absoluto de baixas ronda os 40 milhões, vitimou cerca de 24 % da população mundial. Seguem-se a Rebelião de An Lushuan (12 % da população mundial), as Invasões Mongóis (10 % da população mundial), e assim por diante. Compare-se com a II Guerra Mundial, que em termos absolutos provocou 80 milhões de vítimas, o que é verdadeiramente assustador, mas representa «apenas» cerca de 1,37 % da população mundial.
Nota: Incluímos nesta lista guerras civis, rebeliões e outros conflitos armados internos. Admitimos que este critério possa ser problemático, mas ainda assim, entre prós e contras, decidimos incluí-los. O leitor poderá facilmente identificá-los e pô-los de lado, se assim entender.
Lista de guerras e estimativa de vítimas mortais ou desaparecidas
|
Nome |
estimativa menor |
estimativa maior |
|---|---|---|---|
1 |
Conquista da Suméria (século MMXX a. C.) |
|
|
2 |
Guerra de Troia (algures entre 1300−1200 a. C.) |
|
|
3 |
Guerras Médicas (499−449 a. C.) [1] |
300 000 |
300 001 |
4 |
Primeira Guerra Latina (498−493 a. C.) |
|
|
5 |
Guerra do Peloponeso (431−404 a. C.) |
|
|
6 |
Guerra de Corinto (395−387 a. C.) |
|
|
7 |
Guerras Samnitas (343−290 a. C.) |
|
|
8 |
Segunda Guerra Latina (340−338 a. C.) |
|
|
9 |
Campanhas de Alexandre, o Grande (334−323 a. C.) |
|
|
10 |
Guerras pírricas (280−275 a. C.) |
42 000 |
42 000 |
11 |
Primeira Guerra Púnica (264−241 a. C.) |
|
|
12 |
Guerra de Kalinga (262−261 a. C.) |
10 000 |
10 001 |
13 |
Primeira Guerra Ilírica (229−228 a. C.) |
|
|
14 |
Segunda Guerra Ilírica (220−219 a. C.) |
|
|
15 |
Segunda Guerra Púnica (218−202 a. C.) |
|
|
16 |
Primeira Guerra Macedônica (214−205 a. C.) |
|
|
17 |
Segunda Guerra Macedônica (192−188 a. C.) |
|
|
18 |
Guerra Romano-Síria (200 − 197 a. C.) |
|
|
19 |
Terceira Guerra Macedônica (171−168 a. C.) |
|
|
20 |
Guerra lusitana (171−168 a. C.) |
|
|
21 |
Terceira Guerra Púnica (149−146 a. C.) |
750 000 |
750 001 |
22 |
Primeira Guerra Servil (135−132 a. C.) |
|
|
23 |
Guerra de Jugurta (112−106 a. C.) |
|
|
24 |
Segunda Guerra Servil (104−103 a. C.) |
100 000 |
100 001 |
25 |
Guerra Social (91−88 a. C.) |
|
|
26 |
Primeira Guerra Mitridática (89−85 a. C.) |
|
|
27 |
Segunda Guerra Mitridática (83−81 a. C.) |
|
|
28 |
Guerra Sertoriana (80−72 a. C.) |
36 000 |
36 001 |
29 |
Terceira Guerra Mitridática (75−65 a. C.) |
|
|
30 |
Terceira Guerra Servil (73−71 a. C.) |
61 000 |
61 000 |
31 |
Guerras Gálicas (58−51 a. C.) |
1 030 000 |
3 030 000 |
32 |
Invasões da Britânia por Júlio César (55−54 a. C.) |
|
|
33 |
Guerra Civil Cesariana (49−45 a. C.) |
|
|
34 |
Guerra Civil dos Liberatores (49−45 a. C.) |
|
|
35 |
Revolta siciliana (44−36 a. C.) |
|
|
36 |
Guerra de Perúsia (44−36 a. C.) |
|
|
37 |
Guerra parta de Antônio (40−33 a. C.) |
20 000 |
30 000 |
38 |
Guerra Civil de Antônio (32−30 a. C.) |
|
|
39 |
Guerras Cantábricas (29−19 a. C.) |
|
|
40 |
Cerco de Jerusalém (73) |
1 100 000 |
1 100 001 |
41 |
Guerra dos Três Reinos (220–280) |
36 000 000 |
40 000 000 |
42 |
Guerra Goguryeo-Sui (598–614) |
2 000 000 |
2 000 001 |
43 |
Invasão muçulmana da península Ibérica (711–718) |
|
|
44 |
Reconquista (718–1492) |
|
|
45 |
Rebelião de An Lushuan (755–763) |
13 000 000 |
36 000 000 |
46 |
Conquista normanda (1066) |
|
|
47 |
Primeira Cruzada (1096–1099) |
|
|
48 |
Segunda Cruzada (1147–1149) |
|
|
49 |
Terceira Cruzada (1187–1191) |
|
|
50 |
Quarta Cruzada (1202–1204) |
|
|
51 |
Quinta Cruzada (1217–1221) |
|
|
52 |
Sexta Cruzada (1228) |
|
|
53 |
Sétima Cruzada (1248–1254) |
|
|
54 |
Oitava Cruzada (1270) |
|
|
55 |
Nona cruzada (1271–1291) |
|
|
56 |
Invasão Mongol da Bulgária do Volga (1236–1236) |
|
|
57 |
Invasão Mongol da Rússia (1223–1240) |
|
|
58 |
Invasão mongol da Europa (1241) |
|
|
|
(total das Invasões Mongóis) |
30 000 000 |
40 000 000 |
59 |
A Anarquia (guerra civil inglesa) (1139–1153) |
|
|
60 |
Guerra da Barba (1152–1153) |
|
|
61 |
Guerra da Independência Escocesa (1296–1328) (1332–1333) |
|
|
62 |
Guerra dos Cem Anos (1337–1453) |
|
|
63 |
Conquistas de Tamerlão (1380–1402) |
8 000 000 |
20 000 000 |
64 |
Guerra entre Toquetamis e Tamerlão (1385–1399) |
|
|
65 |
Guerras Hussitas (1420–1436) |
|
|
66 |
Guerra dos Treze Anos (1454–1466) |
|
|
67 |
Guerra das Rosas (1455–1485) |
105 000 |
105 001 |
68 |
Guerras Religiosas na França (1562–1598) |
2 000 000 |
4 000 000 |
69 |
Guerra dos Oitenta Anos (independência da Holanda) (1568–1648) |
100 000 |
100 001 |
70 |
Guerra Luso-Neerlandesa (1595–1663) |
6 500 |
6 501 |
71 |
Guerra Imjin (1592–1598) |
1 000 000 |
1 000 001 |
72 |
Guerra dos Trinta Anos (1618–1648) |
3 000 000 |
11 500 000 |
73 |
Conquista Qing da dinastia Ming (1618–1683) |
25 000 000 |
25 000 001 |
74 |
Guerra Civil Inglesa (Oliver Cromwell) (1639–1652) |
584 830 |
584 830 |
75 |
Fronda em França (1648–1653) |
|
|
76 |
Revolta de Chmielnicki (1648–1654) |
|
|
77 |
Guerra Russo-Polaca (1654–1656) |
|
|
78 |
Guerra Sueco-Brandenburg (1655–1656) |
|
|
79 |
Guerra Sueco-Polaca (1655–1660) |
|
|
80 |
Guerra Russo-Sueca (1656–1658) |
|
|
81 |
Guerra Sueco-Dinamarquesa (1656–1660) |
|
|
82 |
Guerra Sueco-Holandesa (1657–1660) |
|
|
83 |
Guerra Russo-Polaca (1658–1667) |
|
|
84 |
Guerras Mogol-Marata (1680–1707) |
|
|
85 |
Guerra da Sucessão Espanhola (1701–1714) |
1 100 000 |
1 100 000 |
86 |
Guerra de Sucessão da Polônia (1733–1738) |
|
|
87 |
Guerra Luso-Espanhola (1735–1737) |
|
|
88 |
Guerra de Sucessão Austríaca (1740–1748) |
40 000 |
40 001 |
89 |
Guerras Guaraníticas (1754–1777) |
1 515 |
1 516 |
90 |
Guerra dos Sete Anos (1756–1763) |
868 000 |
1 400 000 |
91 |
Guerra da Independência dos Estados Unidos (1775–1783) |
67 098 |
112 098 |
92 |
Guerras Napoleónicas (1803–1815) |
3 500 000 |
6 000 000 |
93 |
Guerra Peninsular (1807–1814) |
1 000 000 |
1 000 001 |
94 |
Invasão da Guiana Francesa (1809) |
|
|
95 |
Guerra da Independência da Bolívia (1809–1825) |
|
|
96 |
Guerra da Independência da Argentina (1810–1816) |
|
|
97 |
Guerra da Independência do México (1810–1821) |
250 000 |
500 000 |
98 |
Primeira campanha cisplatina (1811–1812) |
|
|
99 |
Guerra contra Artigas (1816–1820) |
|
|
100 |
Conquistas de Shaka Zulu (1816–1828) |
2 000 000 |
2 000 001 |
101 |
Guerra da Independência do Chile (1817–1818) |
|
|
102 |
Guerra da Independência do Brasil (1822–1823) |
|
|
103 |
Guerra da Cisplatina (1825–1828) |
|
|
104 |
Guerras Liberais de Portugal (1828–1834) |
|
|
105 |
Guerra dos Farrapos (1835–1845) |
3 000 |
3 001 |
106 |
Primeira Guerra do Ópio (1839–1842) |
18 069 |
20 069 |
107 |
Primeira Guerra de Independência Italiana (1848–1849) |
32 980 |
32 980 |
108 |
Rebelião Taiping (1850–1864) |
20 000 000 |
70 000 000 |
109 |
Segunda Guerra do Ópio (1856–1860) |
|
|
110 |
Segunda Guerra de Independência Italiana (1859) |
19 599 |
19 599 |
111 |
Terceira Guerra de Independência Italiana (1866) |
172 404 |
172 404 |
112 |
Guerra contra Oribe e Rosas (1851–1852) |
1 800 |
1 800 |
113 |
Guerra da Crimeia (1853–1856) |
1 407 880 |
1 407 880 |
114 |
Guerra Civil Americana ou Guerra de Secessão (1861–1865) |
616 222 |
1 000 000 |
115 |
Guerra contra Aguirre (1864) |
|
|
116 |
Guerra do Paraguai ou Guerra da Tríplice Aliança (1864–1870) |
440 000 |
440 001 |
117 |
Guerra Boshin (1868–1869) |
3 500 |
8 200 |
118 |
Guerra franco-prussiana (1870–1871) |
210 094 |
210 094 |
119 |
Guerra Anglo-Zulu (1879) |
12 402 |
12 402 |
120 |
Guerra do Pacífico (1879–1881) |
30 000 |
30 001 |
121 |
Primeira Guerra dos Bôeres (1880–1881) |
449 |
450 |
122 |
Revolta da Armada (1893–1894) |
|
|
123 |
Guerra de Canudos (1893–1897) |
25 000 |
25 001 |
124 |
Primeira Guerra Sino-Japonesa (1894–1895) |
48 311 |
48 311 |
125 |
Guerra Hispano-Americana (1898) |
18 146 |
18 246 |
126 |
Segunda Guerra dos Bôeres (1899–1902) |
75 585 |
75 585 |
127 |
Guerra dos Boxers (1900–1901) |
|
|
128 |
Guerra do Acre (1902–1903) |
|
|
129 |
Guerra Russo-Japonesa (1904–1905) |
123 678 |
170 473 |
130 |
Revolução Mexicana (1910–1920) |
1 000 000 |
2 000 000 |
131 |
Primeira Guerra dos Balcãs (1912–1913) |
448 000 |
448 000 |
132 |
Guerra do Contestado (1912–1916) |
5 800 |
9 000 |
133 |
Primeira Guerra Mundial (1914–1918) |
16 000 000 |
40 000 000 |
134 |
Guerra Civil Russa (1917–1923) |
5 000 000 |
9 000 000 |
135 |
Tenentismo (1922–1927) |
|
|
136 |
Guerra Civil Chinesa (1927–1949) |
8 000 000 |
8 000 001 |
137 |
Revolução Constitucionalista (1932) |
|
|
138 |
Guerra do Chaco (1932–1935) |
90 000 |
90 001 |
139 |
Guerra Civil Espanhola (1936–1939) |
435 000 |
2 000 000 |
140 |
Segunda Guerra Sino-Japonesa (1937–1945) |
20 000 000 |
25 000 000 |
141 |
Segunda Guerra Mundial (1939–1945) |
70 000 000 |
85 000 000 |
142 |
Guerra da Continuação (1941–1944) |
336 400 |
391 400 |
143 |
Guerra da Lapônia (1944–1945) |
2 036 |
2 036 |
144 |
Guerra de 41 (1941) |
|
|
145 |
Primeira Guerra da Indochina (1946–1954) |
309 458 |
434 458 |
146 |
Guerra Indo-Paquistanesa de 1947 (1947–1948) |
5 921 |
5 921 |
147 |
Guerra da Coreia (1950–1953) |
1 200 000 |
1 200 001 |
148 |
Guerra Civil do Laos (1953–1975) |
18 000 |
18 001 |
149 |
Guerra da Argélia (1954–1962) |
157 560 |
182 967 |
150 |
Guerra do Vietname (1955–1975) |
1 326 494 |
3 447 494 |
151 |
Guerra do Suez (1956) |
2 907 |
4 257 |
152 |
Invasão da Baía dos Porcos (1961–1961) |
2 298 |
2 298 |
153 |
Guerra da Lagosta (1961–1963) |
0 |
0 |
154 |
Guerra Colonial Portuguesa (1961–1975)(*) |
68 830 |
68 830 |
155 |
Guerra de Independência da Eritreia (1961–1991) |
730 001 |
730 001 |
156 |
Guerra de Independência da Guiné-Bissau (1963–1974) |
11 482 |
11 482 |
157 |
Guerra da Independência de Moçambique (1964–1975) |
63 500 |
63 500 |
158 |
Guerra Civil na Colômbia (1964–presente) |
262 197 |
262 197 |
159 |
Guerra Indo-Paquistanesa de 1965 (1965) |
6 800 |
6 800 |
160 |
Segunda Ocupação da República Dominicana (1965–1966) |
2 033 |
2 033 |
161 |
Guerra da Independência da Namíbia (1966–1988) |
15 851 |
15 851 |
162 |
Guerra Civil da Nigéria (1967–1970) |
1 000 000 |
1 000 001 |
163 |
Guerra dos Seis Dias (1967) |
5 359 |
5 566 |
164 |
Guerrilha do Araguaia (1967–1974) |
|
|
165 |
Guerra Civil do Camboja (1967–1975) |
|
|
166 |
Guerra do Futebol ou Guerra das 100 horas (1969) |
2 100 |
2 100 |
167 |
Guerra Indo-Paquistanesa de 1971 (1971) |
312 843 |
312 843 |
168 |
Guerra do Yom Kipur (1973) |
11 184 |
17 656 |
169 |
Guerra Civil da Etiópia (197–1991) |
400 000 |
1 579 000 |
170 |
Guerra Civil Angolana (1975–2002) |
|
|
171 |
Conflito Hmong (1975–2007) |
|
|
172 |
Conflito de Cabinda (1975–presente) |
|
|
173 |
Guerra cambojana-vietnamita (1977–1991) |
25 000 |
25 000 |
174 |
Guerra Sino-vietnamita (1979) |
|
|
175 |
Guerra Afegã-Soviética (1979–1989) |
957 865 |
957 866 |
176 |
Guerra Irão-Iraque (1980–1988) |
1 000 000 |
1 000 001 |
177 |
Guerra das Malvinas (Falklands) (1982) |
904 |
904 |
178 |
Primeira Guerra do Líbano (1982) |
28 298 |
28 298 |
179 |
Guerra de Nagorno-Karabakh (1988–1994) |
16 856 |
16 856 |
180 |
Guerra do Golfo (1990–1991) |
30 031 |
55 031 |
181 |
Guerra da Bósnia (1992–1995) |
100 000 |
200 000 |
182 |
Primeira Guerra da Chechênia (1994–1996) |
39 547 |
91 515 |
183 |
Operação Traíra (1991) |
17 |
18 |
184 |
Guerra de Cenepa (1995) |
|
|
185 |
Primeira Guerra do Congo (1996–1997) |
250 000 |
250 001 |
186 |
Guerra do Kosovo (1996–1999) |
6 900 |
14 900 |
187 |
Guerra Civil na República do Congo (1997–1999) |
10 000 |
10 001 |
188 |
Guerra Eritreia-Etiópia (1998–2000) |
70 000 |
300 000 |
189 |
Segunda Guerra do Congo (1998–2003) |
2 500 000 |
5 400 000 |
190 |
Guerra de Kargil (1999) |
2 300 |
2 301 |
191 |
Guerra do Kosovo (1999) |
6 900 |
14 900 |
192 |
Segunda Guerra da Chechênia (1999–2009) |
45 548 |
45 548 |
193 |
Guerra do Afeganistão (2001–2021) |
143 134 |
160 725 |
194 |
Guerra do Iraque (2003–2011) |
58 193 |
61 393 |
195 |
Segunda Guerra Civil Iraquiana (2013–2017) |
165 213 |
165 213 |
196 |
Segunda guerra do Líbano (2006) |
2 087 |
2 087 |
197 |
Guerra Russo-Georgiana (2008) |
784 |
1 123 |
198 |
Operação Chumbo Fundido (2008–2009) |
1 413 |
1 413 |
199 |
Operação Odisseia ao Amanhecer (2011) |
1 394 |
1 628 |
200 |
Guerra Civil Síria (2011–presente) |
772 409 |
772 709 |
201 |
Guerra de Gaza (Operação Margem Protetora) (2014) |
2 263 |
2 263 |
202 |
Guerra em Donbass (2014–2022) |
15 021 |
15 121 |
203 |
Guerra Civil Iemenita (2014–presente) |
|
|
204 |
Conflito no sul da Arábia Saudita (2015–presente) |
|
|
205 |
Insurgência na Tunísia (2015–presente) |
128 |
128 |
206 |
Rebelião curda na Turquia (1978–presente) |
39 016 |
39 016 |
207 |
Confrontos de Nagorno Karabakh em 2016 |
|
|
208 |
Guerra contra o narcotráfico nas Filipinas |
6 343 |
6 343 |
209 |
Confrontos de Kasese em 2016 (2016) |
118 |
118 |
210 |
Confrontos de Kasaï-Central (2016–2019) |
|
|
211 |
Crise separatista nos Camarões (2017–presente) |
|
|
212 |
Guerra no Alto Carabaque (2020) |
2 913 |
4 923 |
213 |
Guerra do Tigré (2020–2022) |
300 000 |
500 000 |
214 |
Guerra da Rússia contra a Ucrânia (2022–presente) |
|
|
215 |
Guerra Israel-Hamas (2023–presente) |
|
|
|
|
|
|
|
Total de mortos e desaparecidos (militares e civis) |
290 163 711 |
463 066 494 |
|
|
|
|
(*) |
Baixas calculadas muito por baixo e sem contar com os massacres de civis |
||
[1] |
Mortes referentes apenas ao segundo período da guerra |
||
|
|
||


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