«Quando eu nasci, as frases que hão-de salvar a humanidade já estavam todas escritas, só faltava uma coisa: salvar a humanidade.» - Almada Negreiros
21/10/19
Crónicas do DocLisboa (4)
São estas crónicas não uma colecção de críticas ou recensões, apenas impressões, memórias e divagações.
No discurso de abertura solene do DocLisboa, que contou com a presença da ministra da Cultura, a directora do festival afirmou perante uma plateia repleta que o ICA (Instituto do Cinema e Audiovisual, responsável pelo apoio à criação, produção e distribuição do cinema português), em vez de servir o interesse público de forma transparente, foi privatizado e gere os dinheiros públicos de forma obscura, estando a «servir quem já está servido».
Destacou o sufoco em que se encontram os profissionais de cinema independentes por falta de verbas e apoios, sendo esta situação agravada pela crise da habitação.
A plateia aplaudiu longa e vigorosamente.
(crónica anterior: Tribute to Judas | Homenatge a Judes | Homenagem a Judas)
Crónicas do DocLisboa (3)
Tribute to Judas | Homenatge a Judes | (Homenagem a Judas)Manel Raga Raga
2019 • Espanha, Bósnia e Herzegovina • 26’
20/10/19
Crónicas do DocLisboa (2)
Noli me tangere | (Não Me Toques, Madalena)
Christophe Bisson
2019 • França • 81’
https://www.doclisboa.org/2019/filmes/noli-me-tangere/
Crónicas do DocLisboa (1)
In Ashes | En Cenizas
Camila Rodríguez Triana
2019 • Colombia, França • 63’
https://www.doclisboa.org/2019/filmes/in-ashes/
14/10/19
Autonomia combativa: uma experiência de campo
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Auto-organização defensiva em sistema complexo dinâmico |
Realizou-se há dias um debate organizado por sindicalistas: «Opressão e Exploração das Mulheres e Luta Feminista: Como deve o sindicalismo incorporar as questões e reivindicações das mulheres trabalhadoras?».[1] A minha curiosidade levou-me a visitar o debate, onde tentei fazer uma experiência de campo. A minha ideia era produzir uma acção para colher uma reacção e daí extrair as devidas conclusões, ainda que limitadas ao reduzido universo ali presente.
04/09/19
O indecoro na antecâmara da ditadura
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(extraído de História e Geografia de Portugal C) |
São numerosos os prenúncios de regime ditatorial. Ainda que eu não
seja capaz de vislumbrar os contornos institucionais que esse regime
possa vir a tomar, ou o tempo necessário à sua consolidação, nem
por isso os considero menos claros.
Há cerca de 20 anos, apesar de já então ser
inequívoca a vitória generalizada das políticas neoliberais, não
era tão clara a tentação bonapartista, embora ambas caminhem de
mão dada. Daí para cá, as coisas evoluíram. Não é
por acaso que, ao longo desse período, a União Europeia se tornou
uma fonte de ditames totalmente à margem de qualquer esquema
democrático. Não é por acaso que não se via na Europa tanto arame
farpado e campos de concentração desde a I Guerra Mundial.
Mas é do caso português que quero agora falar, a
propósito de dois acontecimentos paradigmáticos: a tentativa de
suspensão, por acto administrativo, do sindicato dos motoristas de
matérias perigosas; e os apelos do presidente da República para que
os partidos não gastem dinheiro na campanha eleitoral em curso.
02/06/19
Ócio, escola e militância sorumbática
Por estranha associação e fortuita conversa, iluminou-se-me a relação entre trabalho e militância cívica (ou activismo, como sói agora chamar-se), e bem assim entre escola e imperativos morais, e ainda algumas coisas outras relacionadas, como se verá – ou como julgo vislumbrar, no negrume destes dias.
29/05/19
Corrupção e meios de hipocrisia social
Esta manhã tive a triste ideia de espreitar as notícias da TVI4, onde apanhei com uma notícia sobre Sérgio Moro numa conferência sobre corrupção e leis (VII Fórum Jurídico de Lisboa, 29-30 do mês corrente), seguida de outra sobre cancro da pele e os malefícios do sol (entremeadas pelas habituais notícias sobre crimes domésticos). O que têm as duas notícias em comum, é o que veremos de seguida.
10/02/19
Bosta de comunicação social
Perdoem-me a violência indecorosa do título e o facto de glosar um mote que não é meu. Acontece que, assim de repente, não encontro maneira mais sintética de exprimir o meu asco pela generalidade da comunicação social portuguesa. Haverá excepções? Talvez. Mas o facto é que a totalidade dos meios de comunicação dominantes, aqueles a que toda a gente acede diariamente, queira ou não queira, por estarem em cima das mesas e ecrãs dos cafés, dos restaurantes e até dos balcões de atendimento dos serviços públicos, são meios de desinformação, de mal-informação, de deturpação e de falsificação; são instrumentos de ataque à lucidez.
09/02/19
À conta dos enfermeiros, desmascarou-se o pendor de direita a uns quantos opinadores
É assustadora a quantidade de dislates que ouvimos esta semana na comunicação social, nas colunas de opinião e nas mesas de comentaristas a propósito da greve dos enfermeiros.
28/01/19
A hipocrisia europeia face à Venezuela
No passado dia 26, Emmanuel Macron, Pedro Sánchez,
Angela Merkel e Theresa May lançaram um ultimato ao presidente
venezuelano, Nicolás Maduro, dando-lhe 8 dias para convocar
eleições. Se o ultimato não for aceite, aqueles quatro governos
europeus, aos
quais se juntou toda a UE pela voz do seu Conselho, reconhecerão
o autoproclamado presidente interino Juan Guaidó (ao qual dão o
tempo que este achar necessário para convocar eleições). Que terá
acontecido ao respeito pela autodeterminação dos povos?
18/01/19
A força do cliché
![]() |
Quatro mulheres anónimas (daguerreótipo de Southworth & Hawes, 1850) |
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